A fístula arteriovenosa (FAV) é a abordagem padrão para acesso vascular em pacientes que necessitam de hemodiálise, devido à sua maior durabilidade e menor risco de complicações em comparação com outras formas de acesso. Em pacientes cujas veias não são adequadas para a criação de uma FAV nativa, o uso de enxertos vasculares é essencial. Entre os materiais disponíveis, o politetrafluoroetileno (PTFE) se destaca por suas propriedades superiores que atendem às necessidades clínicas específicas dos pacientes em hemodiálise.
A biocompatibilidade dos enxertos PTFE é um dos fatores críticos que contribuem para seu uso generalizado. A superfície do PTFE é naturalmente não-trombogênica, o que significa que há uma menor probabilidade de formação de coágulos sanguíneos, um problema comum em outros tipos de enxertos e cateteres (Zhou et al., 2018). Essa propriedade reduz significativamente a resposta inflamatória do organismo, facilitando a integração do enxerto ao tecido circundante e diminuindo a incidência de infecções e rejeições.
Estudos comparativos demonstram que os enxertos PTFE apresentam uma durabilidade superior em comparação com cateteres de longa permanência. O PTFE mantém sua integridade estrutural mesmo sob condições de fluxo sanguíneo elevado e forças mecânicas constantes, o que é essencial para pacientes em hemodiálise que necessitam de acessos vasculares confiáveis por longos períodos (Shinoka et al., 2017). Essa durabilidade reduz a necessidade de revisões cirúrgicas frequentes, melhorando a continuidade do tratamento.
Os enxertos PTFE estão associados a uma menor taxa de complicações pós-operatórias em comparação com cateteres de longa permanência. As infecções, uma complicação comum em cateteres, são menos frequentes com enxertos PTFE, devido à sua superfície não-porosa que impede a colonização bacteriana (Katsanos et al., 2019). Além disso, estudos recentes indicam que os enxertos PTFE possuem uma maior taxa de patência primária e secundária em comparação com cateteres, tornando-os uma escolha mais segura para pacientes que necessitam de acessos de longa duração (Sorom et al., 2023).
O PTFE é mais fácil de manusear durante o procedimento cirúrgico, proporcionando flexibilidade e conformabilidade superiores que permitem uma sutura precisa e rápida. Este fator é especialmente importante em cirurgias complexas, onde a precisão é fundamental para o sucesso a longo prazo (Karami et al., 2020). A facilidade de manuseio do PTFE também contribui para a redução do tempo cirúrgico e do trauma tecidual.
Os pacientes que utilizam enxertos PTFE frequentemente relatam uma melhoria significativa na qualidade de vida, devido à redução da dor e complicações associadas ao acesso vascular (Lemos et al., 2021). A durabilidade do enxerto e a menor necessidade de intervenções cirúrgicas subsequentes contribuem para a estabilidade do tratamento e para o bem-estar geral dos pacientes.
Os enxertos vasculares de PTFE oferecem uma série de benefícios que os tornam uma escolha superior para fístulas arteriovenosas em pacientes de hemodiálise. Sua biocompatibilidade, durabilidade, menor risco de complicações, facilidade de manuseio cirúrgico e impacto positivo na qualidade de vida dos pacientes fazem do PTFE uma solução altamente eficaz e confiável. Com a evolução contínua dos materiais e técnicas cirúrgicas, o PTFE continua a ser uma escolha preferencial em cenários clínicos complexos.