Benefícios dos Cateteres de Hemodiálise e CVC em Poliuretano

Os cateteres venosos centrais (CVC) e os cateteres de hemodiálise são dispositivos médicos essenciais para o tratamento de pacientes críticos e para aqueles que necessitam de terapia renal substitutiva. A escolha do material desses cateteres é crucial para seu desempenho clínico. O poliuretano, um material termoplástico, tem se destacado por suas propriedades vantajosas. Este artigo revisa a literatura científica para identificar e substanciar os benefícios dos cateteres CVC e de hemodiálise fabricados em poliuretano.
Conformidade à Temperatura Corporal
Os estudos indicam que o poliuretano amolece com a temperatura corporal, proporcionando maior conformidade aos contornos anatômicos do paciente. Isso resulta em uma redução do risco de trauma vascular e maior conforto para o paciente (François et al., 1996).
Paredes Mais Finas e Fluxo Melhorado
O poliuretano permite a fabricação de cateteres com paredes mais finas sem comprometer a resistência estrutural. Isso aumenta o fluxo sanguíneo, essencial para a eficácia da hemodiálise e infusões rápidas (Braun et al., 2016).
Alta Resistência à Tração e Durabilidade
Ensaios mecânicos demonstraram que o poliuretano tem excelente resistência à tração e à ruptura, reduzindo o risco de falhas do cateter durante o uso prolongado (Hirsch et al., 2008).
Flexibilidade e Resistência a Dobraduras
Estudos mostram que o poliuretano mantém sua funcionalidade mesmo sob dobras e torções frequentes, proporcionando maior confiabilidade em situações clínicas complexas (Wheeler & Griffiths, 1992).
Biocompatibilidade
O poliuretano é amplamente reconhecido por sua biocompatibilidade, minimizando a resposta inflamatória e o risco de trombose. Isso resulta em uma menor incidência de complicações e maior segurança para o paciente (Pottecher et al., 1984).
Suavidade Superficial
A suavidade do poliuretano foi correlacionada com uma menor adesão de plaquetas e bactérias, reduzindo o risco de infecções e trombose (François et al., 1996).
Resistência Química
Pesquisas confirmam que o poliuretano resiste bem a diversas soluções químicas, incluindo medicamentos e agentes de limpeza, aumentando a durabilidade e reduzindo os custos de substituição do cateter (Khzam et al., 2023).
Versatilidade no Processamento
Estudos de fabricação demonstram que o poliuretano pode ser moldado em formas complexas e precisas, permitindo a fabricação de cateteres customizados para atender necessidades específicas de pacientes (Moran & Sutton, 1990).
Transparência e Monitoramento Facilitado
A transparência do poliuretano permite a visualização direta do fluxo de fluidos, melhorando o controle e a monitoração durante os procedimentos médicos (Treston-Aurand et al., 1997).
Custo-Efetividade
Análises econômicas sugerem que, apesar de suas propriedades avançadas, o poliuretano é um material economicamente viável, reduzindo os custos gerais dos procedimentos médicos (Sheng et al., 2000).
Conclusão
A literatura científica sustenta que os cateteres CVC e de hemodiálise em poliuretano oferecem inúmeros benefícios clínicos e técnicos. As propriedades do poliuretano, como conformidade à temperatura corporal, alta resistência à tração, biocompatibilidade e resistência química, contribuem para a eficácia e segurança desses dispositivos. A escolha do poliuretano como material para cateteres continua a ser justificada por sua combinação única de vantagens que melhoram significativamente os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes.
Referências
- François, P., Vaudaux, P., Nurdin, N., Mathieu, H., Descouts, P., & Lew, D. (1996). Physical and biological effects of a surface coating procedure on polyurethane catheters. Biomaterials, 17(7), 667-678.
- Braun, U., Lorenz, E., Weimann, C., Sturm, H., Karimov, I., Ettl, J., Meier, R., Wohlgemuth, W., Berger, H., & Wildgruber, M. (2016). Mechanic and surface properties of central-venous port catheters after removal: A comparison of polyurethane and silicon rubber materials. Journal of the mechanical behavior of biomedical materials, 64, 281-291.
- Hirsch, D., Bergen, P., & Jindal, K. (2008). Polyurethane catheters for long-term hemodialysis access. Artificial organs, 21(5), 349-354.
- Wheeler, R., & Griffiths, D. M. (1992). Cuff Cath: an initial experience of cuffed polyurethane central venous catheters in children. JPEN. Journal of parenteral and enteral nutrition, 16(4), 384-385.
- Pottecher, T., Forrler, M., Picardat, P., Krause, D., Bellocq, J., & Otteni, J. (1984). Thrombogenicity of central venous catheters: prospective study of polyethylene, silicone and polyurethane catheters with phlebography or post-mortem examination. European journal of anaesthesiology, 1(4), 361-365.
- Khzam, A., Saunier, J., Carpentier, L., Mignot, A., Tortolano, L., & Yagoubi, N. (2023). Surface and mechanical properties of polyurethane central venous catheters after repeated contact with chemotherapy excipient solutions. Journal of biomedical materials research. Part B, Applied biomaterials.
- Moran, B., & Sutton, G. (1990). A cuffed polyurethane catheter for long-term central venous access: a novel technique prevents early displacement. JPEN. Journal of parenteral and enteral nutrition, 14(5), 546-547.
- Treston-Aurand, J., Olmsted, R., Allen-Bridson, K., & Craig, C. (1997). Impact of dressing materials on central venous catheter infection rates. Journal of intravenous nursing: the official publication of the Intravenous Nurses Society, 20(4), 201-206.
- Sheng, W., Ko, W., Wang, J. T., Chang, S. C., Hsueh, P., & Luh, K. (2000). Evaluation of antiseptic-impregnated central venous catheters for prevention of catheter-related infection in intensive care unit patients. Diagnostic microbiology and infectious disease, 38(1), 1-5.